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PANORAMA DA SAFRA DA UVA 2016 (AGAPOMI)

20/05/2016

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Por Paula Guerra Schenato

Bióloga pela UCS, Enóloga pelo

IFRS e Mestre em Fitotecnia pela UFRGS. Enóloga e Gerente

Executiva da Aracuri Vinhos Finos.

 

 

 

 

 

 

Foto: Divulgação/qvinhos.blogspot.com

 

Informativo da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã

Vacaria - Rio Grande do Sul - Janeiro de 2016 - Edição 260 05 - Informativo da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã

Vacaria - Rio Grande do Sul - Anril de 2016 - Edição 263

Artigo

PANORAMA DA SAFRA DA UVA 2016

A safra 2016 com certeza ficará marcada na memória dos vitivinicultores. O ciclo produtivo 2015/2016 apresentou-se desafiador até para os produtores mais experientes.

Ao longo do tempo, muito se tem pesquisado para conseguir amenizar as consequências das adversi-dades climáticas sobre a pro-dução agrícola. Com certeza, este ciclo possibilitou o teste de muitas teorias e hipóte-ses. O desafio foi grande e o trabalho foi dobrado, mas os resultados não serão todos negativos.

Não foi um evento isolado que vai deixar tantas marcas, mas sim vários even-tos climatológicos que cau-saram estresse às videiras e aos produtores. Aconteceu de tudo um pouco, desde tem-peraturas muito altas duran-te o inverno, passando por ocorrências de geadas e gra-nizo, até o excesso de chuvas. Sabe-se que a videira necessi-ta de um mínimo de horas de frio (temperatura menor ou igual a 7,2° C) para superação da dormência das gemas e brotação uniforme. Segundo dados da Embrapa Uva de Vi-nho, a normal climatológica para o período de abril a se-tembro é de 409 horas de frio. De abril a setembro de 2015, foram registradas apenas 140 horas de frio. Ou seja, apenas 34% da média habitual. Essas elevadas temperaturas esti-mularam a brotação precoce, causando desuniformidade e antecipando todo o ciclo das videiras. Além de reduzir a produtividade. A época de floração é muito delicada para as videi-ras. A alta incidência de chu-vas neste período pode preju-dicar a fecundação das flores, desuniformizar o cacho e,

como consequência, redu-zir a produtividade. Além de aumentar a incidência de doenças. E foi o que aconte-ceu. Nos meses de setembro e outubro, a ocorrência de chu-vas foi 24% acima do normal, segundo dados da Embrapa Uva de Vinho. As consequ-ências previstas foram con-firmadas e o impacto sobre a polinização com redução de bagas nos cachos ficou bem visível.

No mês de setembro, dois eventos de geada tardia prejudicaram os vinhedos. As consequências foram ime-diatas e diretas, queimando as brotações e diminuindo a produtividade. Eventos de granizo também causaram graves danos em algumas lo-calidades.

Além destes eventos, a Embrapa Uva e Vinho tam-bém aponta o excesso de dias nublados, com redução da

incidência de luz solar, como responsáveis pela quebra da produção na safra 2016. Nú-meros oficiais ainda não fo-ram divulgados, mas estima--se que a produção de uva na safra 2016 seja 60% menor.

Apesar de todas as dificuldades apresentadas nesta safra, não é correto afirmar que teremos vinhos ruins provenientes da safra 2016. Na verdade, teremos muitos vinhos bons, inclusive excelentes. Muitos produto-res relataram que apesar das grandes perdas, que chegou a 100% para algumas varieda-des, a uva, que a tudo resistiu, apresentou boa qualidade. Já é possível confirmar este re-lato através da degustação de muitos vinhos acabados e se-miacabados que ainda estão nas vinícolas.

Sabe-se que as reali-dades são distintas para cada produtor, para cada região,

para cada microclima. Mes-mo assim, o quesito qualida-de não é o fator preocupante para esta safra que se encer-ra. O que está tirando o sono dos produtores e das vi-nícolas é a quantidade.

No ano de 2015, os vinhos, sucos e espuman-tes brasileiros conquistaram mais espaço neste mercado tão competitivo. O aumen-to nas vendas possibilitou a muitas vinícolas a redução considerável de seus esto-ques. Portanto, um dos gran-des desafios para 2016 é man-ter o que foi conquistado em 2015. Temos que encarar o mercado com menos oferta e preços maiores. Sim, uma das consequências de tudo isso foi o aumento considerável nos preços. E neste cenário caótico, os produtores estão sozinhos, pois o Governo nos presenteou com aumento dos impostos. Mas isso é outro

assunto. Certo?

*Os dados meteoro-lógicos aqui apresentados foram extraídos de uma re-cente publicação da Embra-pa Uva e Vinho. Além dos dados, a publicação também trás recomendações de ma-nejo para o final do ciclo pro-dutivo 2015/2016, pensando em amenizar os danos para o próximo ciclo.

Publicação: Manejo de doen-ças – Recomendações para o final do ciclo. Autores: Ale-xandre Hoffmann, Lucas da Ressureição Garrido e Maria Emília Borges.

Link de acesso: http://ainfo. cnptia.embrapa.br/digital/ bitstream/item/141013/1/ recomendacoes-ciclo-2014--2015-portal.pdf

 

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