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Taça cheia (Revista América Economia)‏

18/06/2015

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Com crescimento de 160% no consumo nos últimos dez anos, os espumantes nacionais não estão mais presos à sazonalidade das festas de final de ano

 

O clima das terras tropicais brasileiras pede uma bebida mais leve e fresca, e o espumante tem sido o mais escolhido pelos consumidores. Com as vendas crescendo a passos largos, os vinhos borbulhantes estão deixando de lado a sazonalidade e têm presença garantida todos os meses do ano na mesa de quem os aprecia.

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mauro marceloDados apresentados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) apontam um crescimento de 160% no consumo de espumantes na última década. Em 2004, a comercialização no mercado interno brasileiro foi de 4,8 milhões de litros, passando para 12,5 milhões de litros em 2014. Outro destaque da categoria são os Moscatéis, considerado uma porta de entrada para o consumo de vinhos. De 0,7 milhão de litros comercializado em 2004, atingiu 4,3 milhões de litros em 2014, número seis vezes maior.

O crítico e jornalista Mauro Marcelo Alves, autor do blog “Confissões de Taça e Garfo”, afirma que o espumante é, sem dúvida, o melhor vinho brasileiro e completa que “isso se deve ao capricho da natureza”. A explicação é simples: na Serra Gaúcha, onde há maior concentração de vinícolas, chove bastante e existe muita umidade. Por este motivo, as uvas apresentam uma acidez um pouco acima da média. Esta característica não é agradável para os vinhos branco e tinto, mas é ideal para os espumantes. “Imagina um espumante sem um gostinho fresco e com uma certa dose de acidez?”, questiona o crítico.

Para o sommelier Junior Maroso, são diversos os fatores que fazem das vinícolas brasileiras excelentes produtoras de espumantes, como a “adaptação das variedades ao nosso clima, por razões de terroir, clima e vocação”. E, como resultado, os espumantes são frescos, vivos, com ótima acidez e com boa relação preço/qualidade.

As vinícolas já enxergam ótimos números neste setor, como a Casa Valduga. “O crescimento do consumo é nítido, pois 55% da comercialização dos nossos rótulos é de espumantes.”, comenta Juciane Casagrande, diretora comercial da Famiglia Valduga. O diretor de vendas da Salton, Cleber Slaifer, também vê o mercado como promissor. “Estamos evoluindo muito rapidamente, com crescimento na base dos 10% anuais”, expõe.

Embora o consumo ainda seja maior nos últimos meses do ano, a sazonalidade já não é tão acentuada como antes. Slaifer diz que, anteriormente, o varejo mostrava compras específicas de finais de ano, mas isso mudou. “Hoje está mais equilibrado e o produto está mais à vista nos espaços no mercado”, afirma e completa dizendo que o espumante agora consegue um espaço maior ao longo do ano nas gôndolas.

A garrafa de espumante também está mais acessível. Isso se deve a uma escala de produção maior das bebidas que torna os rótulos mais acessíveis. “Podemos encontrar preços que variam de R$ 35 a R$ 40”, diz Juciane.

junior marosoAs premiações nacionais e internacionais também contribuem para que as vinícolas ganhem notoriedade, como é o caso da Aracuri Vinhos Finos. A vinícola recebeu o Prêmio Top Tem ExpoVinis Brasil 2015 na categoria de espumante nacional com o Aracuri brut Chardonnay, safra 2014.

“Temos um portfólio de 11 vinhos, este espumante é o nosso principal” diz Paula Schenato, enóloga e gerente executiva da Aracuri. Para ela, o prêmio aumenta a credibilidade no mercado de vinhos brasileiros e abre novos mercados.

Em contrapartida, Alves não acredita que estes prêmios sejam de tamanha importância. “Falando como uma pessoa da área, não dou muita importância”, diz ele, que é jurado internacional de vinhos. O crítico explica que, ao final, não é somente uma vinícola que ganha uma medalha de ouro ou de prata, por exemplo. “Dessa forma, parece que só ele ganhou, quando na verdade mais de 350 também receberam medalha de prata ou ouro”, diz.

No cenário latino-americano, os espumantes brasileiros são os que mais se destacam em relação à qualidade. “Os espumantes estão para o Brasil, assim como o Malbec está para a Argentina, ou como o Tannat está para Uruguai”, diz Paula. Para Maroso, as características dos rótulos nacionais, intrinsecamente proporcionadas pelas condições onde são produzidos, se sobressaem na comparação com os vizinhos e completa dizendo que “estamos anos luz à frente do Chile e da Argentina, por exemplo”.

Em relação às exportações, as vinícolas nacionais ainda mantêm o foco nos mercados mais tradicionais, como Inglaterra ou Estados Unidos. “Elas ainda buscam muito pouco o mercado latino como potencial”, explica Juciane. Embora o Brasil ainda esteja engatinhando no que diz respeito ao mercado da América Latina, Slaifer diz que há algumas propostas de parcerias por parte dos países da região. “Estamos estudando isso nos últimos anos”, diz ele e conclui que o Brasil está ocupando um espaço importante no setor de espumantes.

 

Site Oficial: http://brasilamericaeconomia.com.br/revista/edicao448/taca-cheia/

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