Espumantes Aracuri 2011 e 2014 – A questão do tempo (Além do Vinho)

Realizamos, na Rádio Fronteira Aberta o programa semanal do alemdovinho, aqui http://www.radiofronteiraaberta.com/ uma conversa descontraída como deve ser o vinho. Nada de sofisticação. Vinho ao alcance de todos.

Pois bem, apreciamos dois espumantes gentilmente cedidos pela enóloga Paula Guerra Schenatto, da Vinícola Aracuri. Os dois elaborados 100% de Chardonnay, um 2011 e um 2014, portanto uma pequena degustação vertical. No caso, importante para ver os efeitos do tempo em espumantes elaborados com todo o carinho.

Uma degustação vertical é quando se aprecia, do mesmo produtor e vinhedos, os mesmos cortes ou varietais de vinhos de diferentes safras. Aqui 2011 e 2014.  Este tipo de degustação é fundamental para definirmos várias varáveis, algumas que independem da mão do homem outras completamente ao contrário.

Interessante ver como o tempo age em vinhos elaborados, exatamente, da mesma maneira. Em outras ocasiões vê-se como foram mudando as propostas da vinícola até termos vinhos absolutamente diferentes, mesmo que elaborados com as mesmas uvas e dos mesmos vinhedos.

Mas certamente não deve ser esta acima, muito comum por aí.

Pois, bem. Aqui, como dito, dois espumantes elaborados 100% Chardonnay. Confesso que sinto muita falta do detalhe e charme que traz o Pinot Noir aos espumantes. Eles, assim, totalmente Chardonnay me traz um certo desconforto.

Mas, impressionante, como eles evoluem com o tempo. Agora confirmado, espumante 100% Chardonnay elaborados com alto cuidado, podem e devem, esperar alguns anos como no caso. Emociona a evolução deste vinho.

Quase todos os espumantes são segunda fermentação na garrafa ou em tanques, método tradicional e charmat, respectivamente. Lembrando que o vinho base é a primeira fermentação.

Aqui, a fermentação é na segunda garrafa.

As leveduras fazem seu trabalho. Consomem açúcar e transformam em álcool, CO2 e aromas. O tempo de garrafa, mesmo depois da retirada das leveduras mortas, ainda tem sua razão de ser. As rolhas de cortiça são elásticas e porosas, assim vedam e permitem pequenas quantidades de oxigenação.

O tempo arredonda os espumantes. Aquela agressividade inicial do Chardonnay vai se transformando em tranquilidade e charme. Muda a cor, vejam,

Além desta cor mais escura devido a bem-vinda oxidação, o espumante perde força no perlage, mas o mantém em plena cadência de finas bolhas, o que demonstra qualidade. Aromas mais fechados de nozes e frutos secos em detrimento ao cítrico quando jovem.

Na boca muito mais complexidade e cremosidade. Alegria total e felicidade na boca.

Feliz, também, porque este espumante é brasileiro, é gaúcho, é de elite mundial e é feito por amigos, no caso a Paula Guerra Schenatto e a competente equipe da Vinícola Aracuri.

E fica a dica. Quem quiser ter seus vinhos apreciados ao vivo no programa entrem em contato com peter@alemdovinho.com

Site Oficial: http://alemdovinho.com/2014/11/17/espumantes-aracuri-2011-e-2014-a-questao-do-tempo/