Lançamentos de vinícolas da Serra na ExpoVinis, em São Paulo, traçam mapa de tendências do setor vinícola

Para as vinícolas que participam do Salão Internacional do Vinho (ExpoVinis Brasil), chegar com novidades sempre ajuda projetar suas marcas na maior feira do setor no país. Ao colocar os lançamentos lado a lado, é possível enxergar algumas apostas do mercado nacional de vinhos. As cantinas brasileiras seguem até quinta-feira, em São Paulo, apresentando o que há de novo em seus catálogos, ditando ou seguindo tendências.

Na 18ª edição da ExpoVinis Brasil, boas iniciativas apareceram em pontas opostas das tabelas de preços. Entre os produtos mais acessíveis, que tentam fisgar o consumidor pelo bolso, há um investimento em identidades visuais modernas e coloridas. Nas linhas de espumantes, Peterlongo e Miolo repaginaram seus rótulos mais populares. A inovação na linha Terranova, da Miolo, vai além do design. Um aplicativo para celular faz com que o personagem do rótulo interaja com o degustador. 

A Don Guerino, de Alto Feliz, chegou ao evento tanto com a reforma visual de sua família mais básica, a Sinais, quanto com o lançamento de um top de linha, o Traços. Essa, aliás, é outra onda desta ExpoVinis. Os chamados vinhos ícone, com preços em torno dos R$ 100, voltaram a surgir. A Quinta Don Bonifácio, de Caxias do Sul, entrou no segmento premium com o Habitat Alta Gama, um tinto composto por sete variedades. E a Lidio Carraro, que neste ano se destaca naturalmente na feira por conta dos vinhos oficiais da Copa do Mundo, apresentou o mais caro dos rótulos licenciados pela Fifa, batizado de World Champion.

Quem avançou com essa moda no campo dos espumantes foi a Perini, de Farroupilha, que levou para São Paulo o No 1, resultado da safra de 2008 que passou 60 meses na garrafa após elaboração pelo método tradicional — a primeira da marca. Quem também estreia com fermentação em garrafa na ExpoVinis é a Aracuri, de Vacaria, que mostrou o Collector Blanc de Noir.

Agora que chegaram ao mercado, esses rótulos estão habilitados a entrar na próxima grande avaliação feita pelo Anuário Vinhos do Brasil, publicação que teve sua terceira edição presentada nesta quarta-feira na feira. Além de reportagens e dados atualizados sobre todas as regiões produtoras do Brasil, a revista, parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Baco Multimídia, traz os resultados de uma degustação às cegas feita com 856 produtos de 110 vinícolas. Um bom guia de compras para os fãs dos vinhos brasileiros.

* Mauricio Roloff: Jornalista, assina a coluna Enoteca, publicada no Pioneiro aos finais de semana.

 

** Foto: Evandro Silva